25/04/2025

Pois é camaradas do peso e arame farpado, cá estamos nós… mais um 25 de Abril, já são 51 anos de liberdade, cravos, discursos cheios de palavras bonitas e um desfile das mesmas memórias, over and over again…

E sim, claro que devemos honrar quem lutou — e muitos deram tudo — para que hoje pudéssemos dizer o que pensamos. O problema é quando começas a pensar demais e a ver que essa liberdade… é “poucochinha”…

Spoiler alert: estamos livres, mas não tanto assim. Hoje em dia temos mil canais, mil rádios, redes sociais, internet até nos frigoríficos… mas todos parecem dizer a mesma coisa, com a mesma narrativa, sempre a bater a mesma tecla. E porquê? Porque há cordas invisíveis — mas bem apertadas — que puxam isto tudo: dinheirinhos da União Europeia, interesses de grupos económicos, agências de comunicação e lobbies que nem disfarçam. E quem não dança a mesma música, fica de fora!

Desculpem discordar, mas não é assim tão diferente do antigamente. Antes só havia um partido: a União Nacional do Salazar e depois o PPD da transição! Agora há dois principais: PS e PSD. Sempre os mesmos, a trocar de cadeiras e a dar a ideia que um é esquerda e o outro é direita, mas na verdade… é tudo uma “jam session” para encher chouriços, afinada pela mesma pauta: a do poder.

E não há cá Heavy Metal, é “elevator music”, sempre igual, sempre mansinha.

Com 44 anos e muitos discos nas costas, digo-vos com tristeza: a “liberdade” anda a soar desafinada cada vez mais. A democracia virou palco para os mesmos artistas, com as mesmas letras, sem espaço para novas bandas. E não há extremos, nem radicais, nem independentes que salvem isto. Porque o sistema está montado para que tudo continue igual, com ou sem refrão revolucionário.

Há 45 anos ainda se sentia o calor da rua. A “malta” queria participar, mudar, construir… Hoje?

Hoje inscreves-te num partido e vais para o fundo da fila, porque os lugares da frente já têm nome, apelido e muitas vezes… herança. A política é uma carreira, não uma missão! E como diz o velho ditado metálico: “Quando a missão morre, só sobra a ambição.”

Está tudo dominado por famílias políticas que já cantavam no coro há 50 anos, agora com os filhos e netos em “backing vocals”…

E a malta nova que tenta fazer diferente? Fica a tocar na garagem, enquanto as rádios tocam sempre os mesmos “One-hit wonder”.

Está na hora de mudar o disco. De reescrevermos a nossa Constituição à altura de um Século XXI que já pouco ou nada tem a ver com o XX!

Com uma abordagem mais justa, mais direta e participativa. Como noutros países do norte da Europa onde elegem cidadãos comuns para irem à assembleia, servir o país e depois voltarem à sua vida normal — sem lugares dourados nas empresas que ajudaram.

Aqui? Aqui temos deputados-fantasma, que batem ponto e somem, mas continuam a engordar o bolso à nossa custa.

A luta continua, sim. Hoje e Sempre! Mas que seja com a força de um riff dos Slayer, a frontalidade do Lemmy e a ousadia dos que nunca se calaram! Não podemos deixar que Abril se transforme numa intro acústica e interminável. Precisamos de um breakdown a sério, de um mosh político que ponha esta malta a ouvir o povo — não só uma vez de 4 em 4 anos, com os mesmos de sempre.

Por isso, neste 25 de Abril, em vez de soltares apenas o tradicional “25 de Abril sempre”, grita também: “Abaixo os solos repetidos, queremos improviso com alma!”

Porque a liberdade, meus amigos, tal como o Metal, ou é sentida de verdade… ou não vale um caralho!!

Bruno da Costa aka Likes de um Metaleiro


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