
No mundo do metal sinfónico, há álbuns que marcam gerações — e Consign to Oblivion, dos EPICA, é um desses marcos. Hoje celebramos 20 anos desde o seu lançamento original, a 21 de Abril de 2005, e não podia deixar passar esta data sem lhe prestar a devida homenagem.
Sou feliz proprietário desta belíssima edição digipack, que vou mostrar-vos mais abaixo, e confesso desde já: este é, na minha opinião, o melhor álbum da carreira dos EPICA. Já lá vamos, mas antes, um pouco de contexto.
De After Forever ao nascimento dos EPICA
Para percebermos a importância deste álbum, temos de recuar um bocadinho. O guitarrista e compositor Mark Jansen foi um dos fundadores dos After Forever, uma das bandas mais promissoras da cena holandesa no início dos anos 2000. No entanto, diferenças criativas (e talvez também pessoais) levaram à sua saída após o primeiro álbum, Prison of Desire.
E sejamos honestos: os After Forever nunca mais foram os mesmos. Apesar de lançarem ainda três álbuns sólidos, perderam aquela identidade marcante que o Mark trazia — aquela mistura de peso, misticismo e ambição sinfónica que, mais tarde, viria a definir o som dos EPICA.
Foi assim que nasceu o “novo projeto de Mark Jansen”, como era inicialmente conhecido. Mas os EPICA estavam destinados a muito mais do que ser apenas um spin-off. E Consign to Oblivion foi o ponto de viragem definitivo.
O álbum que definiu o som dos EPICA
Lançado pela Transmission Records, Consign to Oblivion é o segundo álbum da banda e o primeiro onde sentimos que os EPICA encontraram realmente a sua voz. Se The Phantom Agony já tinha deixado uma impressão forte, este disco elevou tudo a um novo nível: produção mais refinada, arranjos orquestrais mais ambiciosos e uma composição mais coesa.
É um disco maduro, emocional e épico, com letras inspiradas em temas como a efemeridade da vida, a espiritualidade, e até nas civilizações antigas, como os Maias. As composições são cinematográficas e arrebatadoras, cheias de contrastes entre o gutural de Mark e a voz cada vez mais confiante da Simone Simons, que aqui começa a brilhar a sério como vocalista principal.
A faixa título, “Consign to Oblivion”, é um verdadeiro hino — poderosa, melódica e com aquele toque dramático que se tornou marca registada da banda. Outras pérolas como “Dance of Fate”, “Solitary Ground” ou “Mother of Light” mostram bem a versatilidade e a capacidade da banda em equilibrar peso com emoção.
Digipack: uma edição digna de colecionador
Esta edição digipack é uma maravilha visual. Desde a capa, com aquela estética mística e detalhada, até ao interior com o artwork e o booklet repleto de simbolismo. Para os fãs de longa data (como eu), é daquelas peças que vale mesmo a pena ter na coleção.
Impacto e legado
Consign to Oblivion não só consolidou os EPICA como uma das maiores bandas do género, como também os catapultou para palcos internacionais. A partir daqui, tudo mudou: grandes tours, contratos maiores, discos ainda mais ambiciosos — mas muitos fãs (eu incluído) continuam a considerar este álbum como o ponto alto da carreira da banda.
É emocionalmente denso, musicalmente arriscado e espiritualmente carregado. Um disco que nos lembra que o metal pode ser tão grandioso quanto introspectivo.

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